Afinal é preciso dialogar! Mas fica pra próxima... COMO ASSIM?
Por Ana Maria Louzada
Carlos é muito engraçado. Hoje ele foi à uma determinada escola conversar sobre um assunto muito simples e sério ao mesmo tempo.
Queria conhecer a história escolar de alguns adolescentes e jovens que acompanha na educação esportiva.
Assim, que chegou na escola, alguns amigos o avisaram:
_ Cuidado, viu?
Outros o abençoaram:
_ Deus te proteja.
Surpreso com tantas recomendações lá foi ele pra sala de reunião. Ele seria atendido por duas pedagogas.
A primeira o atendeu docilmente. Ouviu as suas intenções, anotou as suas indagações, prometendo que logo lhe enviaria alguns dados sobre os estudantes.
Intrigado com o que acontecera lá fora, pensava cá com seus botões: “Por que tantas recomendações quando eu vinha cá? Afinal fui atendido com tanta delicadeza. A pedagoga anotou tudo. Foi ótima ouvinte. Seria esse o problema?".
E assim, a pedagoga anotava tudo que ele perguntava, e, ele prosseguia em meio aos seus pensamentos, até que de súbito a porta se abriu.
Alguém adentrava apressadamente e com voz estridente dizia:
_ Não adianta conversar conosco. Esses assuntos precisam ser tratados com a direção.
_ Mas, eu estou... (tentava explicar).
_ Nem adianta falar. Nós não resolvemos nada.
_ Mas, você nem sabe sobre o que estou conversando?
_ Sei sim. Qualquer assunto relacionado ao projeto, esse projeto de esporte, precisa ser discutido com a diretora.
E continuou dizendo:
_ Vocês ficam propondo projetos e mais projetos. Escola foi feita para estudar.
Sem saber o real assunto e sem dar chance para qualquer explicação, continuou:
_ Eu já morei na Europa, lá o ensino é mais rigoroso. Aqui no Brasil a proposta é conversar com os estudantes. Tudo tem que conversar com eles. No meu entender não tem conversa. Precisamos primar pela disciplina.
Estarrecido, com aquelas palavras, Carlos tenta dizer que só queria entender o percurso escolar dos atletas, para a partir daí propor uma reflexão sobre a importância da organização de uma rotina de estudos de modo a compatibilizar educação escolar e educação esportiva.
Tentou mais uma vez explicar o objetivo da reunião:
_ Eu só estou... (e de novo foi interrompido).
_ Você sabia que lá na Europa os estudantes respeitam os professores? Lá quando alguém chega à sala de aula eles se levantam. Sim, lá ainda se tem muito respeito.
Nesse momento Carlos encontrou uma brecha, algo quase impossível, mas parecia que agora conseguiria estabelecer um diálogo. Foi assim, que no mesmo tom de voz disse:
_ Aqui também!
_ Como assim, aqui também? (retrucou).
“Opa!” Pensou ele... “Agora posso falar”.
E então falou com voz bem ativa:
_ Aqui os estudantes também se levantam quando os professores chegam à sala de aula.
_ Você está doido? Levantam nada!
Agora sim, parece que começa um diálogo:
_ Aqui eles se levantam e vão embora... (falou ele em tom sarcástico).
Nesse momento, um silêncio total. A outra pedagoga, a que estava ouvindo Carlos sobre o assunto da reunião e teve que parar por causa da interrupção, olhou pra colega esperando a sua resposta.
As duas estavam surpresas com a reação de Carlos. Começaram a rir:
_ Isso mesmo! Aqui é desse jeito... (disseram).
Carlos não acreditava no que estava acontecendo: “Aqui é assim... Como assim? Aqui não se conversa com os estudantes ou conversa? De que modo se estabelece a conversa? Aqui não se conversa com as famílias? Aqui não se dialoga com a comunidade? Aqui se prioriza a disciplina? Aqui os estudantes se levantam e vão embora quando os professores chegam?”
Tudo muito estranho, nada fazia sentido, continuou refletindo:
“Como posso estabelecer uma interação entre educação escolar e educação esportiva. Sem diálogo e sem trabalho coletivo não se alcança bons resultados. Como que esses estudantes atletas vão aprender a enfrentar o jogo da vida?”
Se despediu dizendo:
_ Você sabia que lá na Europa os estudantes respeitam os professores? Lá quando alguém chega à sala de aula eles se levantam. Sim, lá ainda se tem muito respeito.
Nesse momento Carlos encontrou uma brecha, algo quase impossível, mas parecia que agora conseguiria estabelecer um diálogo. Foi assim, que no mesmo tom de voz disse:
_ Aqui também!
_ Como assim, aqui também? (retrucou).
“Opa!” Pensou ele... “Agora posso falar”.
E então falou com voz bem ativa:
_ Aqui os estudantes também se levantam quando os professores chegam à sala de aula.
_ Você está doido? Levantam nada!
Agora sim, parece que começa um diálogo:
_ Aqui eles se levantam e vão embora... (falou ele em tom sarcástico).
Nesse momento, um silêncio total. A outra pedagoga, a que estava ouvindo Carlos sobre o assunto da reunião e teve que parar por causa da interrupção, olhou pra colega esperando a sua resposta.
As duas estavam surpresas com a reação de Carlos. Começaram a rir:
_ Isso mesmo! Aqui é desse jeito... (disseram).
Carlos não acreditava no que estava acontecendo: “Aqui é assim... Como assim? Aqui não se conversa com os estudantes ou conversa? De que modo se estabelece a conversa? Aqui não se conversa com as famílias? Aqui não se dialoga com a comunidade? Aqui se prioriza a disciplina? Aqui os estudantes se levantam e vão embora quando os professores chegam?”
Tudo muito estranho, nada fazia sentido, continuou refletindo:
“Como posso estabelecer uma interação entre educação escolar e educação esportiva. Sem diálogo e sem trabalho coletivo não se alcança bons resultados. Como que esses estudantes atletas vão aprender a enfrentar o jogo da vida?”
Se despediu dizendo:
_ Melhor deixar a conversa pra outro dia... Afinal é preciso
dialogar... Meu objetivo é apenas conhecer a história escolar de alguns estudantes...
Mas fica pra próxima!
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